06 março, 2008

Do entendimento vindo das flores - I

Finalmente eu aprendi a apreciar-te.
Se faz como quando estamos absolutamente intrigados e fascinados, tentando entender como podem as flores resistir ao vento para depois se entregarem à brisa.
Apreciar-te como à uma bebida que toma conta dos sentidos aos poucos, invade o paladar, vira todo o perfume, turva a visão, faz ouvir alto às surdas intenções de desejo, confunde os dedos que não sabem se tocam em pele alheia ou pétala de flor.
Para sorver a totalidade do que és, é preciso saber ser surpreendido a cada dia pela assombrosa transformação fluída que causas por onde passa, como as flores fazem à paisagem. É preciso não temer à fera que há, e saber desarmar-se de si mesmo, para poder abraçar à mulher que ali está.
Coisas das flores, coisas de ti.

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