10 março, 2010

Ode aos felinos olhos

Sínteses dos segredos de minha vida, flagelos de um corpo distante... Que curvas são essas, que emolduradas em artifícios, fazem a pele arrepiar-se, arrancam suspiros de uma alma serena? Onde estão esses olhos, que escondidos encantam mais que o sussurro de uma ninfa ao pé-do-ouvido?

Toca em teu corpo uma sonata desregrada... Enlouquece os sentidos de quem ousa te ouvir em pensamentos... Faz teu cheiro ser carregado em brisa, para ser pesado na pele alheia... És alucinação? Ou sou eu fruto do surrealismo de uma mente em surda música?

Onde estás? Quero tuas notas em uma partitura sem linhas, gravadas com súplicas de desejo em cada poro suado de um corpo exausto em paixão que nunca chega!

Um delírio brutal, uma realidade sutil... Qual a diferença, se ambos povoam uma atordoada mente surpreendida em seus desejos?

(abril de 2006)

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